Nicho ecológico é um termo usado na biologia para caracterizar o modo de vida de diferentes espécies. Comumente, o conceito é confundido com o hábitat, mas, apesar de relacionados, os termos descrevem situações bastante diferentes.
O termo descreve como as espécies se relacionam com o hábitat, ou seja, quais são seus hábitos de vida, como conseguem alimentos, como fogem de predadores, como se reproduzem, etc. Nicho ecológico, portanto, se refere aos comportamentos que os seres vivos desempenham em um ecossistema.
O conceito de nicho ecológico é dividido em duas categorias: nicho fundamental e nicho efetivo.
Nicho fundamental é o conjunto de condições que garante a existência de uma espécie em particular. Nesse caso, não são considerados as competições e conflitos com outros animais. Assim, pode-se pensar nos hábitos animais de um animal em seu hábitat sem ter que lidar com predadores.
Já o nicho efetivo é a definição que engloba todas as características de vida de um animal mais as atitudes que ele precisa tomar para competir com outras espécies. Ou seja, além das características de vida, o nicho também engloba o modo como cada animal enfrenta predadores e outras condições adversas do seu hábitat.
É praticamente impossível falar do comportamento de uma espécie sem falar sobre o local de sua ocorrência, portanto, o hábitat e o nicho ecológico estão extremamente ligados. A exemplo do rinoceronte: eles são grandes mamíferos que habitam savanas ou florestas, se alimentam de folhas, pastando no solo, são mais ativos à noite e se banham em lama e leitos de rios.
Nessa breve descrição, estão citados o hábitat e o nicho ecológico da espécie, em que o hábitat é a savana e o nicho são os seus hábitos, comportamentos e sua relação com o ecossistema.
Os nichos ecológicos são fundamentais para a manutenção da biodiversidade e para o funcionamento dos ecossistemas. A coexistência de diversos nichos no mesmo hábitat molda como cada espécie vai procurar por alimentos e se proteger de predadores. Assim, o desaparecimento de uma espécie pode afetar toda a cadeia alimentar do ecossistema.
Os nichos ecológicos também são importantes para a estabilidade dos ecossistemas, visto que as espécies que chegam a um hábitat de forma não natural não encontram predadores, tornando-se similares às pragas agrícolas e consumindo todos os recursos do local, o que afeta a subsistência de outros animais e até de vegetais.
A manutenção dos nichos ecológicos naturais e equilibrados evita a perda da biodiversidade, pois cada espécie tem uma função vital no funcionamento de um ecossistema. Diferentes seres vivos podem ter funções como regular populações de outras espécies, dispersar de sementes, polinizar de plantas, predar herbívoros, entre outras.
Além disso, eles desempenham um papel importante na ciclagem de nutrientes nos ecossistemas. Animais, insetos e seres microbiológicos têm funções específicas na decomposição de matéria orgânica, na fixação de nitrogênio, na polinização de plantas, entre outros processos. Essas interações contribuem com a reciclagem de nutrientes e a manutenção dos ciclos biogeoquímicos.
Alguns dos biomas brasileiros são campeões mundiais em biodiversidade, servindo de casa para muitas espécies e fazendo parte de seus nichos ecológicos. Os biomas que mais abrigam espécies no País são:
Uma forma de não confundir hábitat com nicho ecológico é pensar o hábitat como o endereço e o nicho como o trabalho do animal. Enquanto o endereço é fixo, o trabalho envolve o deslocamento e as ações que serão realizadas ao longo do dia.
Fonte: Summit Agro Estadão